Descargas

Descargas em ETAR da Feira e no rio Uíma

O Bloco de Esquerda e Partido Ecológico 'Os Verdes' (PEV) manifestaram-se preocupadoscom descargas poluentes na estação de tratamento de águas residuais (ETAR) de Fiães e também no rio Uíma, no concelho da Feira, referindo "queixas constantes" da população.

Em documento a que a Lusa teve hoje acesso, o deputado José Luís Ferreira, do PEV, informa já ter questionado o Ministério do Ambiente sobre "maus cheiros que persistem, provocados pela ETAR de Fiães, constatados 'in loco' pelo PEV e denunciados por moradores".

O partido recorda que já em julho de 2016 questionara o Governo sobre esse mesmo problema, ao que o Ministério respondeu com base em dados da empresa Indáqua Feira, que gere o saneamento municipal. E, de acordo com esses dados, teriam ocorrido na zona "várias descargas industriais que afluem à ETAR e que, devido à sua elevada carga de poluição, dificultam a gestão do processo de tratamento, o que poderá ter contribuído para a libertação de odores".

Segundo o PEV, a Câmara Municipal da Feira também assumiu nessa altura que já tinha identificado a fábrica responsável pelas descargas, que resultaram na destruição das "bactérias que procediam ao tratamento biológico [das águas da ETAR]" e cuja reposição poderia "ser demorada".

Agora, "tendo em consideração que já decorreram cinco meses" sobre a queixa inicial, o PEV quer que o Governo esclareça se "já foram eliminados alguns focos de descargas industriais a montante da ETAR de Fiães" e que autos de contraordenação emitiu a Câmara da Feira à empresa que identificou como responsável pelas descargas poluentes.

No novo requerimento ao Ministério, o PEV pergunta: "Se os efluentes que esta unidade industrial rejeita são de tão grande perigosidade, por que motivo não tem ela uma ETAR própria e usa a rede geral de saneamento básico?".

Também o deputado do Bloco de Esquerda Moisés Ferreira abordou o tema, divulgando fotos de "mais uma descarga de efluentes não tratados no rio Uíma" e realçando que "têm sido recorrentes".

O parlamentar considera a situação "intolerável", até porque "a Câmara Municipal tem ali investido grandes somas de recursos humanos e financeiros, com programas de valorização e requalificação de espaços naturais", pelo que "é urgente perceber qual a razão técnica subjacente a estes atentados ambientais, que causam prejuízos incomensuráveis tanto ao meio ambiente como à fixação de espécies".

Questionada pela Lusa sobre o assunto, a Câmara da Feira não prestou esclarecimentos em tempo útil.